O Sítio do Picapau Amarelo ( adaptações anteriores a 1977) -Segunda Matéria

O Filme(1951)
O Crescente sucesso da turma do sítio gerou um filme em 1951 com o título de O Saci, com direção de Rodolfo Nanni e Nelson Pereira dos Santos. Na história, a turma encontra um dos mais famosos personagens da lenda brasileira. No elenco estavam: Olga Maria (Emília), Livio Nanni (Pedrinho), Aristéia Paula Souza (Narizinho),Maria Rosa Moreira Ribeiro (Dona Benta), Benedita Rodrigues ( Tia Nastácia), Otávio de Araújo (Tio Barnabé), M.Meneguelli (Cuca),Yara Trexler (Yara), e Paulo Matosinho ( Saci).


Rede Tupi de São Paulo(1952)

No ano seguinte, o programa Teatro Escola de São Paulo, um teleteatro dirigido ao público infantil, criado em 1948 por Júlio Gouveia e sua esposa Tatiana Belinky, levou ao ar a primeira adaptação do Sítio para a televisão. A Pílula Falante, um dos capítulos do livro Reinações de Narizinho, foi a história escolhida pelo casal para ser exibida ao vivo na extinta TV Tupi. O sucesso alcançado por esta única apresentação levou a emissora a produzir a primeira série de televisão do Sítio do Picapau Amarelo. O Programa estreou no dia 3 de junho de 1952 ( às quintas –feiras, 19h30) com a reprise do episódio A Pílula Falante, ficando no ar por 11 anos. Paralelamente á exibição ao vivo em São Paulo, a TV Tupi do Rio de Janeiro exibiu, por dois meses no ano de 1955, uma versão da série com direção de Mauricio Sherman e produção de Lúcia Lambertini que também interpretava a Emília ao lado de Zenni Pereira como Tia Nastácia.


A Fama...


A fama atraiu os patrocinadores, transformando-o no primeiro programa a utilizar a técnica de merchandising na TV brasileira. As histórias não tinham interrupção para o intervalo comercial, por isso, durante os diálogos ou cenas com atores fixos, eram introduzidas divulgações de produtos como vitaminas, bolos, Biotônico Fontoura e Kibon, esta, patrocinadora da série a pertir de 1953. Por isso, dentro da história Emília no País da Gramática, foi exibido o episódio “K”. Outro patrocinador era o Complexo Puritas, que produzia uma espécie de chocolate maltado para ser consumido misturado com leite. Para divulgar este produto, as crianças apareciam na cozinha de Tia Nastácia, na hora do lanche, bebendo o maltado Puritas. Em uma dessas ocasiões, a produção por algum motivo colocou sal na jarra. Quando os atores ingeriram o maltado, levaram um susto e começaram a cuspir o produto do patrocinador em plena transmissão ao vivo. Mas este fato não interferiu no sucesso da propaganda, cuja repercussão foi tamanha que a fábrica suspendeu o patrocínio por não conseguir dar conta do número de pedidos.


Apesar de ter conquistado o público e os patrocinadores, a produção da série era reduzida a um único cenário fixo, a varanda do sítio, na qual ocorria a maioria das cenas. Os demais eram montados na hora dependendo das exigências da cada história. Também não havia efeitos especiais e muitos das mágicas, precisavam ser adaptadas aos recursos da época. A principal era a viagem no tempo e no espaço proporcionada pelo pó de Pirlimpimpim. Para quem não sabe, este é um pó mágico capaz de levar a turma do Sítio a qualquer lugar, seja na Roma antiga ou na atual São Paulo. Para caracterizar seus efeitos, os atores cheiravam um pouco de pó, cujo efeitos deixava-os tontos. A câmera perdia o foco e ao retornar, apresentava os personagens em um novo cenário, para o qual os atores corriam enquanto estavam fora de foco. È claro que isto era feito antes das drogas alucinógenas tornarem-se populares. Cada Episódio tinha a duração de 45 minutos, iniciado com o tema da música Dobrado, composto por Salatiel Coelho, e com imagens de Júlio Gouveia abrindo um livro para contar uma história. Ao final o episódio terminava com a imagem de Gouveia fechando o livro. Mas a série encerrou a produção em 1962, com um total de 360 episódios, quando Júlio Gouveia afastou-se de seu trabalho na televisão.


Para substituir o Sítio do Picapau Amarelo, foi adaptado o livro Polllyana. No entanto, os episódios do Sítio foram reprisados durante o ano de 1963. Por terem sido exibidos ao vivo, a reprise consistia em reencenar cada episódio com pequenas variações de diálogos e textos que eram escritos por Lúcia Lambertini.

Em 1964, o Sítio do Picapau Amarelo foi resgatado pela TV Cultura da São Paulo. A série foi exibida sem sucesso durante seis meses com produção de Lúcia Lambertini que voltou a interpretar a Emília.

Outros atores da produção do Sítio para a Tupi foram escalados para esta nova versão, tais como Edi Cerri, que havia interpretado Peter Pan, agora era a Narizinho, e Roberto Chon que curiosamente foi a Fada Sininho, agora era o Visconde.